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Nossa trajetória na construção deste projeto pedagógico é nutrida por diversas referências teóricas, que nos oferecem não apenas embasamento, mas também inspiração

para o belo trabalho de caminhar ao lado das crianças. São elas:

Paulo Freire, Loris Malaguzzi, Emmi Pikler, Maria Montessori e Manoel de Barros.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA

Temos a brincadeira como eixo estruturante do cotidiano, pois a identidade cultural da criança

se constrói através do exercício do brincar. Brincando a criança se reconhece e se inicia no mundo, sendo uma prática que lhe possibilita compreender as diversas relações, dar significado aos símbolos

e códigos sociais. E, também, através dela, ocorrem os diversos processos de aprendizagem.

As crianças possuem uma natureza muito singular e própria, são seres que sentem, pensam

e expressam seu mundo de maneira muito sui generis, nas relações com suas famílias, a escola,

os amigos e a comunidade. Estão constantemente buscando compreender o mundo que as cercam,

as relações contraditórias que assistem, o modo de ser e de agir dos adultos, deixando-as

em constante estado de significação, ressignificação e elaboração de sua realidade.

Por estas razões, em nossa rotina garantimos tempos de qualidade para o brincar, seja ele livre

ou direcionado. Acreditamos na importância de brincar com o corpo, em espaços provocantes

e desafiadores para a motricidade; e, também, na relevância do brincar heurístico. Este brincar é uma oportunidade para as crianças explorarem materiais comuns e não estruturados, como elementos naturais ou do dia a dia, que estimula o imaginário das crianças, desenvolve sua criatividade

e expande suas ideias e percepções sobre o mundo.

brincar

Para nós, escola é um lugar que entende e respeita a criança, a infância e seus processos individuais e coletivos. Um espaço que acolhe o pulsar natural da vida, não sendo guiado por planejamentos estáticos e rigorosos, mas sim por uma projetação flexível, retroalimentada pelos interesses das crianças, pelos seus questionamentos e pelas necessidades que elas apresentam dentro dos projetos e processos pedagógicos.

Assim, entendemos que as crianças são sujeitos da ação escolar e que os saberes e fazeres são consolidados mutuamente pelos estudantes e educadores, sendo nenhum deles meros expectadores, mas todos construtores do aprendizado e da prática escolar.

Entendemos a corporeidade como a capacidade do sujeito sentir e utilizar seu corpo como ferramenta da expressão dos seus desejos, sentimentos e como potente canal de interação na vida social.

Estar no mundo pelo corpo é um processo natural a todos os seres humanos; contudo, a escola tem um importante papel de trabalhar o movimento oferecendo as crianças a possibilidade de aprender sobre consciência corporal, percepção dos seus limites, interação social e expressão de emoções.

Na escola, a corporeidade é abordada através da concepção do corpo livre que através da dança,

da música, das brincadeiras e do faz de conta, torna-se uma ferramenta potente de expressão

de sentimentos, exploração do meio e de ingresso na vida social. Deste modo, a organização da arquitetura escolar oferece espaços/ambientes externos que desafiam as crianças a usar e explorar seu corpo, descobrindo seus limites, suas potências e possibilidades por meio da corporeidade.

Para os bebês e crianças de até 3 anos oferecemos módulos, brinquedos e objetos de inspiração Pikler, e mantemos um processo contínuo de estudo e formação das educadoras

dessa faixa etária dentro da abordagem desenvolvida por Emmi Pikler.

corpo e movimento

A escola Flor de Pitangueira é profundamente inspirada na pedagogia Reggio Emilia,

criada pelo pedagogo e educador italiano Loris Malaguzzi.

Assim, nossa proposta pedagógica estrutura-se a partir das principais premissas:

abordagem reggio emilia

a) A criança como protagonista:

Consideramos a criança como um sujeito ativo, competente e criativo, com o direito e a capacidade

de construir seu próprio aprendizado. Por isso, as crianças são incentivadas a explorar,

perguntar e experimentar, sendo coautoras de seu processo de aprendizagem.

Nessa abordagem pedagógica, que considera a criança como um ser pleno, as crianças

sentem-se valiosas e competentes, aprendem a valorizar o conhecimento e se percebem

como parte da comunidade, já que estão inseridas num contexto escolar que as validam.

b) Ambiente como terceiro educador:

O ambiente da Flor de Pitangueira é projetado para ser um "terceiro educador", onde

cada espaço é cuidadosamente planejado para estimular a exploração, a autonomia

e a criatividade. Nossas salas de aula e áreas externas promovem uma conexão harmoniosa

com a natureza, proporcionando um ambiente rico em oportunidades de aprendizado e descobertas.

O espaço e a organização dos ambientes são considerados também como “educadores” pois

corroboram diretamente com as atividade e os projetos propostos. O ambiente físico, é assim,

reconhecido como o terceiro educador, já que trabalhamos com duplas de educadores em todas as salas.

c) Escuta atenta e observação:

Praticamos uma escuta atenta e observação cuidadosa das crianças para entender seus interesses

e necessidades. Essa abordagem permite que o currículo seja adaptado de acordo com as descobertas

e as perguntas das crianças, valorizando suas experiências e perspectivas.

d) Documentação do processo de aprendizagem:

Documentar assume papel central na rotina escolar da Flor de Pitangueira pois promove a valorização

do que está sendo vivido, presenciado e executado por crianças e adultos; a reflexão, retroalimentando

a prática; o reconhecimento de ajustes e modificações necessárias no sentido de aprimorar

e potencializar a relação aprendizagem-ensino. Com esse olhar, dedicamo-nos a registrar,

por meio das mini histórias, as aprendizagens vivenciadas pelas crianças nos nossos projetos.

Esse documento é coletivo, referente a cada turma, e é compartilhado com as famílias a cada final de semestre.

Já a documentação individual ocorre a partir de um olhar singular, acolhedor e amplo. Traçamos campos de observação que norteiam nossas conversas com cada família. Essas devolutivas acontecem semestralmente

a fim de compartilhar sobre a presença, desenvolvimento e participação de cada criança

no cotidiano escolar. Utilizamos para isso um instrumental chamado de "mapa de desenvolvimento”.

Elaboramos, também, no final de cada ano letivo, uma “carta do professor”, que relata

os processos individuais vivenciados por cada criança no decorrer do ano. Essa carta reúne registros

e memórias das vivências afetivas e simbólicas das crianças, seus educadores e amigos de turma, tecendo-se

ao longo dos anos de educação infantil um memorial da primeira infância dessa criança na escola.

e) Projetos e pesquisa:

Considerando os campos de experiência descritos na Base Nacional Comum Curricular - BNCC como

aspectos a serem desenvolvidos em cada faixa etária, escolhemos trabalhar com a "metodologia de projetos", pautados por questões investigativas que surgem da curiosidade inerente das crianças, do seu impulso pelas descobertas e da sua vocação para pesquisar. Acreditamos que essa curiosidade deva ser encorajada e ampliada no cotidiano da escola e, por isso, o trabalho por projetos nos é tão caro. Partimos do princípio de que

esse interesse da criança é o norteador do processo pedagógico pois, em nossa concepção, as crianças são protagonistas do seu processo de aprendizagem. As crianças têm, portanto, o direito e a possibilidade de cocriar, junto com seus educadores, um percurso de aprendizagem autêntico, autônomo, significativo e relevante.

Na Flor de Pitangueira propomos um grande tema anual a partir de demandas da escola, das famílias ou

da nossa sociedade e, a partir dele, os educadores em conjunto com as crianças escolhem subtemas para pesquisar no decorrer do ano. Os educadores têm um importante papel na condução desse processo, já que mediam a relação das crianças com a aprendizagem e com as outras pessoas. Cabe-lhes, também, a tarefa

de escolher dispositivos provocadores para que, a partir deles, as crianças levantem seus questionamentos, dúvidas, perguntas e caminhem na construção de hipóteses.

f) Expressão artística e o ateliê:

A arte, que está sempre ligada a um recorte histórico e social, aproxima a criança da compreensão

da sociedade, da prática do viver e da expressão coletiva. Aqui na Flor de Pitangueira, o educador é um aproximador e mediador nesse universo simbólico e poético. A criança é um campo rico e fértil de criatividade

e imaginação, por isso, nós adultos devemos ser cuidadosos e atentos para não subestimar ou interferir excessivamente no desenvolvimento estético e na expressão artística de cada uma delas.

As crianças utilizam o ateliê em pequenos grupos para desenvolver projetos relacionados às artes visuais

e plásticas, que dialogam com o projeto da escola e o tema pedagógico anual, oferecendo mais um espaço

de olhar sensível para as descobertas da infância e sua expressividade no ambiente escolar.

As atividades realizadas nesse espaço rompem com o conceito de sala de artes, tão habitual nas escolas.

O ateliê na educação infantil é proposto como um lugar de experimentação, de busca por técnicas e de valorização dos processos, não dos produtos. É um espaço de construção de diálogos e sentidos, onde, a partir da dimensão estética, se dão encontros físicos e metafóricos, apoiando as crianças a construírem seus significados.

Para nós, o ateliê, mais do que um espaço físico, é uma filosofia que abarca diversas ações dos educadores

no cotidiano escolar. Não é somente uma sala, porque podemos ter e viver um ateliê em qualquer outro espaço da escola. Seu papel está relacionado à possibilidade de ser um “lugar” da estética e da beleza, capaz de gerar complexidades porque dispõe de múltiplas ferramentas para o pensar. Não é de uso exclusivo

dos/as professores/as de artes, estando disponível a todos que desejem construir um diálogo constante

entre teoria e prática, numa contínua busca de respostas e provocações à imaginação e ao pensamento.

g) Relação com a comunidade:

Acreditamos que a aprendizagem ocorre em um contexto de relações e interação, por isso promovemos um ambiente colaborativo onde as crianças, educadores e famílias constroem juntos o processo educativo.

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h) Educação socioemocional:

O desenvolvimento emocional e social das crianças é prioritário. Desde o ano de 2022, temos uma parceria

com o Liv - Laboratório Inteligência de Vida para a promoção do desenvolvimento de habilidades de empatia, colaboração e respeito; ajudando as crianças a entenderem e gerenciarem suas emoções e interações sociais.

O Liv integra a rotina de projetos e atividades com as crianças, mas, mais do que isso, se tornou uma fonte

de formação e referência sobre como lidar com o pilar socioemocional na escola.

O Liv oferece para as crianças de 3 a 6 anos uma proposta estruturada que envolve toda a comunidade escolar.

Por meio de recursos lúdicos, o programa estimula a criação de espaços seguros de fala e escuta e o desenvolvimento de habilidades emocionais essenciais para a vida.

Promovendo a cultura do diálogo e do acolhimento, criamos ambientes onde as crianças podem

reconhecer e nomear emoções, bem como falar como se sentem diante das mais diversas situações,

afinal os sentimentos não ficam do lado de fora da escola! Aqui aprendemos que os sentimentos importam,

que não existe sentimento bom ou ruim, que podemos sempre sentir e que, juntos, podemos

aprender como lidar com o que os sentimentos mobilizam em nós.

O programa conta com uma série de recursos exclusivos, como mascotes de pelúcia, jogos e músicas,

além de um caderno da família, que vai semanalmente para casa das crianças, numa importante

oportunidade de diálogo e troca com os familiares sobre esse tema que impacta a vida e relação de todos.

Destacamos ainda que nossos educadores estão em constante formação para que possam conduzir essas propostas e apoiar, da melhor maneira possível, o aprendizado socioemocional dos estudantes.

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